quarta-feira, 23 de março de 2011

Contra a extinção do curso de Obstetrícia





Estou dando meu apoio divulgando e ja assinei o baixo assinado, ajude você também, para que  enfermeiras continuem se tornar ''parteiras'' para que tenham pessoas a te dar a oportunidade de vivenciar com todo fulgor o momento mais belo de nossas vidas O Nascimento.





 A evidência científica sugere que toda parturiente de baixo risco deveria ser atendida no parto por uma parteira, ao invés de um médico. 
Apesar disso soar estranho aos ouvidos dos brasileiros, a prática obstétrica nos países de referência quanto à mortalidade materna e perinatal segue à risca as recomenações da OMS, embasadas nas metanálises da Cochrane. A conclusão dos revisores sobre o assunto é clara e contundente:


"O cuidado obstétrico por parteiras garante benefícios e não mostra nenhum efeito adverso. Deve ser a regra de assistência no baixo risco. (...) Gestores de serviço que desejam atingir melhoras significativas em saúde materna, principalmente quanto à humanização do nascimento e aumento de partos normais, deveriam considerar implantação de modelos de assistência baseados em parteiras".


Aqui o link para o resumo da Metanálise da Cochrane.



No Brasil, a formação de "parteira" ou "midwife" profissional pode ser adquirida através do curso de graduação em enfermagem, e posterior especialização em enfermagem obstétrica, ou através da formação única e humanista de toda a graduação em Obstetrícia. O curso de Obstetrícia é oferecido pela USP no campus leste.



Lamentavelmente, há um questionamento sobre a continuidade do curso.

Vejam abaixo a carta da professora Simone Diniz, da Faculdade de Saúde Pública da USP...



Eu considero a continuidade do curso fundamental para a melhora da qualidade do atendimento obstétrico no Brasil.

Se você concorda comigo, rubrique o abaixo-assinado!



Carla Polido




"Estimados colegas, 


Como vocês devem estar acompanhando, a Reitoria da USP ameaça não oferecer ocurso de Obstetrícia no vestibular de 2012. Isto porque o Conselho Federal de Enfermagem se recusa a aceitar o registro das obstetrizes (apesar delas terem seu direito de registro garantido na justiça). Como tenho muitas amigas enfermeiras e tenho grande respeito por esta profissão, quero dizer que muitas discordam desta atitude do seu conselho e acham que as enfermeiras e obstetrizes devem estar unidas na luta por uma assistência ao parto que respeite os direitos da mulher. 


Como ativistas e pesquisadores no campo de saúde e direitos da mulher, sabemos que o que o Brasil precisa hoje é de profissionais capazes de facilitar o parto fisiológico, promover um parto seguro e respeitoso, e reduzir as inaceitáveis taxas de episiotomias, induções, kristeller e outras intervenções obsoletas, agressivas, dolorosas e arriscadas no parto. Este cenário de parto agressivo somado à violência institucional e ao desrespeito ao direito a acompanhantes, faz com que muitas mulheres, para escapar da violência, prefiram uma cesárea desnecessária, com todos os riscos implicados para mãe e bebê. Ou seja, temos um conflito de interesses: manter as coisas como estão – um “parto pessimizado”, favorece aqueles profissionais que se beneficiam com este modelo violento, pois assim podem impor às mulheres o “modelo da cesárea de rotina” como alternativa “melhor”. 



*A parteira de nível universitário é a profissional que atende os partos das mulheres saudáveis nos países desenvolvidos, e que está associada aos melhores resultados maternos e neonatais*. O Brasil precisa desta profissional com urgência, em um sistema de atenção integral e hierarquizado, principalmente agora que estamos nos perguntando os porquês do aumento das taxas de mortalidade e morbidade materna, e os porquês detanta violência no parto. 



Se você se importa com este quadro, rogo que assine o abaixo-assinado pedindo a manutenção do curso: 









Peço ainda que se este assunto toca você, convide os amigos e colegas, e divulguem nas suas listas e redes sociais esta luta. 



Um abraço e preparem seus cartazes, dia 22 iremos às ruas, será nosso dia de fúria. " 







Simone Diniz - Faculdade de Saúde Pública da USP

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